segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cultura do interior

Como trabalhar e desenvolver qualquer tipo de atividade artística no interior dos estados brasileiros? Esta é uma das perguntas que milhares de profissionais culturais se fazem por todo o país. É notório que as “grandes produções” e, possivelmente, os maiores recursos e oportunidades para a cadeia de produção cultural se encontram nos grandes centros, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
É verdade que, muitas vezes, nas pequenas e médias cidades do interior não existem todos os recursos (humanos e financeiros) disponíveis como nas grandes metrópoles. Porém, isso não pode impedir e não impede que o mercado cultural e suas experiências cresçam.
Partindo de um exemplo prático: a Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais (LEIC-MG), desde 2009, incentiva e promove as iniciativas desenvolvidas no interior, impondo em seu edital que, do montante total dos recursos, 41% (em 2009) a 45% (em 2013) sejam destinados a projetos de cidades distintas de Belo Horizonte. Tal fato comprova não só a importância que vem sendo crescentemente atribuída a produção fora dos grandes centros.
O Projeto Raízes, promovido pela “Planeta Cultura e Sustentabilidade” e realizado pela LEIC, é um exemplo disso. O projeto tem por objetivo contribuir para o fortalecimento de grupos e entidades ligados à cultura tradicional e a produção artística em Minas Gerais e trabalha com a premissa de que as diversas experiências geradas desses segmentos contribuem para o desenvolvimento humano e social em suas cidades e regiões, estimulando o vínculo da população com os lugares onde vivem.
As ações são pautadas em aspectos relevantes da formação, do fomento e da difusão das diversas experiências culturais participantes. O projeto opera desde 2002 e já atuou em 25 municípios, sendo a maior parte em Minas Gerais.
Este ano o projeto atuou em BH e em outras sete cidades do interior que realizam atividades culturais tradicionais que precisam ser valorizadas e compartilhadas: Lassance, Bocaiuva, Augusto de Lima, Buenópolis, Várzea da Palma, Jeceaba e Curvelo. Ao todo, mais de 4.500 pessoas participaram de atividades como teatro, música, contação de histórias, palestras etc.
Para que esse processo avance é fundamental que as populações reconheçam e valorizem a cadeia de serviços e produções culturais instaladas e residentes nas cidades.
Jornalista com MBA em Jornalismo Digital

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